Concórdia – Nas últimas horas, a Petrobras anunciou um reajuste de 22 centavos no litro do óleo diesel, somado a uma mudança na cobrança do ICMS pelos Estados, resultando em um aumento médio de 33 centavos por litro. Essa elevação impacta diretamente os transportadores de cargas em todo o Brasil, que já enfrentam uma situação que preocupa.
Paulo Simioni, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Oeste e Meio Oeste Catarinense (Setcom), destaca que os transportadores não esperavam esse aumento repentino. Com isso, as empresas agora precisam administrar custos adicionais que podem elevar significativamente as despesas operacionais.
O óleo diesel representa cerca de 50% do custo por quilômetro rodado, e esse novo aumento significa um incremento de aproximadamente 16 centavos por quilômetro.
Um caminhão que roda, em média, 8 mil quilômetros por mês, enfrentará um custo adicional de R$ 2.640,00 apenas devido a esse aumento no preço do diesel. A preocupação se estende além dos transportadores; o impacto no preço dos alimentos e de outros produtos essenciais é iminente.
Já os empresários do setor que possuem contratos com embarcadores enfrentam um desafio adicional: muitos desses contratos garantem reajustes apenas na renovação, o que pode resultar em prejuízos para os transportadores que não conseguem repassar os aumentos imediatos.
Para exemplificar a gravidade da situação, um caminhão com capacidade de 800 litros de diesel verá um aumento de aproximadamente R$ 280 em uma única abastecida. Conforme Simioni, essa realidade, somada à falta de uma política de preços clara e consistente, tem gerado incertezas no setor, que já lida com aumentos frequentes e sem aviso prévio.