Os quatro jovens que morreram com suspeita de intoxicação dentro de uma BMW em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, eram naturais de Paracatu e Patos de Minas, em Minas Gerais. Os corpos foram encontrados na manhã desta segunda-feira, dia 1º.
As vítimas:
▪ Gustavo Pereira Silveira Elias, 24 anos
▪ Karla Aparecida dos Santos, 19 anos
▪ Tiago de Lima Ribeiro, 21 anos
▪ Nicolas Kovaleski, 16 anos
Os quatro moravam na Grande Florianópolis há cerca de um mês, segundo o delegado Bruno Effori. A Prefeitura de Paracatu decretou luto oficial pelas mortes.
Suspeita de intoxicação
Os quatro jovens ficaram cerca de quatro horas dentro do carro ligado com o ar-condicionado funcionando, informou o delegado Bruno Effori. Eles foram encontrados desmaiados na manhã desta segunda-feira. Informações preliminares da polícia indicam que uma falha mecânica na BMW/320I M Sport, fabricada em 2022, teria levado monóxido de carbono para dentro do veículo, o que pode ter causado a morte do grupo.
As vítimas foram retiradas do automóvel por equipes do Samu e Corpo de Bombeiros. Após cerca de 40 minutos de procedimentos avançados de reanimação e nenhuma resposta, a equipe médica do Samu decretou as mortes. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal.
Mudança no escapamento
Ao delegado Effori, a família disse que o veículo havia passado por uma customização recente no sistema de escapamento. A polícia busca saber se a alteração tem relação com o vazamento. "Há necessidade de exames complementares, mas a perícia apontou uma perfuração no escape entre o motor e o painel do automóvel, e que teria vazado monóxido de carbono para dentro do veículo, que teria causado asfixia e parada cardiorrespiratória nos ocupantes", disse.
Cronologia
Conforme o delegado, uma mulher chegou de Minas Gerais de ônibus, por volta das 3 horas da madrugada, e ficou aguardando os ocupantes da BMW, que iriam encontrá-la.
"Ela chega aproximadamente 2 horas antes do veículo e fica aguardando na rodoviária. Aí o veículo chega e eles [ocupantes] avisam para ela que estão passando mal. Eles relatam náusea, tontura, tremedeira, entenderam por bem esperar até melhorar", relatou.
Neste tempo, a jovem entra e sai do carro seguidas vezes, explica o delegado. "Ela não permaneceu o tempo todo dentro do veículo, que ficou ligado por cerca de 3 a 4 horas, com ar-condicionado ligado”.
O delegado disse que não há sinais de violência nas vítimas, mas ainda será apurado se há participação de uma "terceira pessoa". O carro passou por perícia e a Polícia Científica informou que o laudo do veículo e dos corpos pode demorar alguns dias para ser concluído.